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Estudo da FMUSP revela: mais de metade das vítimas de mortes violentas no Brasil havia consumido ao menos uma substância psicoativa

Iniciativa visa à criação de políticas públicas que reduzam a mortalidade associada ao uso dessas drogas

São Paulo, 26 de março de 2025 - A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) anuncia os resultados do Projeto Tânatos. Conduzido pelo Grupo de Estudos em Álcool, Drogas e Violência da Faculdade, o levantamento inédito foi realizado a partir da análise de mais de quatro mil amostras de sangue post-mortem coletadas entre 2022 e 2024. Os resultados revelaram que mais da metade das vítimas havia consumido ao menos uma substância, como cocaína (26,7%), álcool (26,2%), benzodiazepínicos (7,2%) e cannabis (1,9%).

O estudo foi liderado pelos professores Dra. Vilma Leyton, do Departamento de Medicina Legal, Bioética, Medicina do Trabalho e Medicina Física e Reabilitação e Dr. Heráclito Barbosa de Carvalho, do Departamento de Medicina Preventiva. Realizado nas cinco regiões do Brasil, as amostras foram coletadas em colaboração de Institutos Médicos Legais de Belém (PA), Recife (PE), Vitória (ES) e Curitiba (PR). Todas as vítimas tinham mais de 18 anos e as necropsias foram feitas em até 12 horas após o óbito.

DESTAQUES:

  • A maioria significativa das vítimas (86%) eram homens com idade média de 33 anos;
  • 72% das vítimas eram pardas;
  • A maior parte dos óbitos ocorreu à noite (51,6%) e aos finais de semana (36,3%);
  • O consumo de cocaína aumenta três vezes o risco de morte por homicídio;
  • A ingestão de álcool dobra a probabilidade de mortes em acidentes de trânsito;
  • Usuários de benzodiazepínicos apresentaram quatro vezes mais riscos de suicídio;
  • Os dados sobre as vítimas que consumiram cocaína também englobam o crack;
  • A Região Sul registrou a maior prevalência de consumo de substâncias psicoativas (62,9%), enquanto o Nordeste teve a menor (46,7%).

“A expectativa é que os resultados do Projeto Tânatos contribuam para a formulação de políticas públicas e iniciativas, que levem em consideração as especificidades sociais e culturais de cada região, com o objetivo de minimizar os impactos sociais, econômicos e sanitários associados à morbimortalidade decorrente do consumo de substâncias psicoativas”, destaca o Dr. Henrique Silva Bombana, pesquisador da FMUSP responsável pelo Projeto.

O estudo foi desenvolvido por meio de um convênio com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD/MJSP).

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Faculdade de Medicina da USP abre inscrições para cursos de especialização em 2025

As pós-graduações possuem carga horária entre 400 e 800 horas e titulação lato sensu.

São Paulo, 11 de março de 2025 – A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), referência nacional e internacional em ensino e pesquisa na área da saúde, está com inscrições abertas para seis cursos de especialização lato sensu em 2025. As oportunidades abrangem múltiplas áreas do conhecimento médico e são oferecidas nas modalidades presencial e a distância (EAD), atendendo às necessidades de profissionais que buscam aprimoramento e atualização em suas carreiras.

Para os interessados na formação presencial, há vagas disponíveis para as especializações em Educação na Saúde e em Saúde Mental nas Empresas. Essas formações permitem aprendizado prático e contato direto com especialistas da FMUSP, proporcionando uma experiência imersiva no ambiente acadêmico e hospitalar da instituição.

Já na modalidade EAD, são oferecidos os cursos de Cardiologia, Cardiometabolismo, Cirurgia Torácica Oncológica e Medicina do Sono, todos coordenados por professores vinculados ao InCor HCFMUSP. Com um formato flexível, as pós-graduações garantem acesso ao conteúdo de excelência da Faculdade sem a necessidade de deslocamento, permitindo que os médicos conciliem os estudos com suas atividades profissionais.

As inscrições já estão abertas e os interessados devem acessar o site da FMUSP  (clique aqui) para obter informações detalhadas, incluindo pré-requisitos, investimento e processo seletivo. 

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Calouros da Medicina USP têm primeiro contato com pacientes internados no Complexo HC

Atividade será realizada no Instituto da Criança (ICr), Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) e no Instituto Central do Hospital das Clínicas (ICHC) 

São Paulo, 26 de fevereiro de 2025 – No dia 27 de fevereiro (quinta-feira), às 13h, os calouros dos cursos de Medicina, Terapia Ocupacional, Fisioterapia e Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) participarão da atividade "Primeira Lição: Aprender com o Paciente", um dos momentos mais marcantes da Semana de Recepção dos Calouros. 

A iniciativa, realizada anualmente, proporciona aos estudantes seu primeiro contato com pacientes internados nos institutos do Complexo do Hospital das Clínicas (HC). Durante a ação, os calouros fazem uma pergunta essencial aos pacientes: "O que é ser um bom profissional da saúde?".

“O objetivo é estimular, desde o início da graduação, uma reflexão profunda sobre a humanização do cuidado, promovendo valores como empatia, respeito e escuta ativa, fundamentais na formação dos futuros profissionais da área da saúde”, explica a Profa. Dra. Izabel Cristina Rios, gerente de Estratégias do Centro de Humanização da FMUSP.

A "Primeira Lição" se destaca como um contraponto à cultura dos trotes universitários, promovendo uma recepção baseada no acolhimento, na ética e na valorização do cuidado. “A Semana de Recepção dos Calouros 2025 não apenas apresenta a estrutura e os valores da FMUSP, mas também cria um ambiente de pertencimento, preparando os novos alunos para os desafios e aprendizados ao longo da graduação”, reforça a Profa. Dra. Iolanda Tibério, presidente da Comissão de Graduação da FMUSP.

Programação
A Semana de Recepção dos Calouros da FMUSP segue até sexta-feira (28/02), com uma programação que inclui palestras, visitas monitoradas, atividades esportivas e culturais, proporcionando aos ingressantes uma imersão na vida universitária e no compromisso com a excelência no atendimento à saúde.  

SERVIÇO
Semana de Recepção dos Calouros FMUSP – Primeira Lição
Data: 27/02 (quinta)
Hora: 13h às 15h

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A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Comer ultraprocessados aumenta em 58% o risco de depressão persistente, aponta estudo da Faculdade de Medicina da USP

Pesquisa analisou dados de mais de 14 mil pessoas de seis capitais brasileiras


São Paulo, 20 de fevereiro de 2025 - A depressão é a principal causa de incapacidade no mundo, afetando mais de 300 milhões de pessoas ao longo da vida, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Diante desse cenário, um estudo conduzido por pesquisadoras da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) revelou que o consumo elevado de alimentos ultraprocessados pode aumentar em até 58% o risco de desenvolver depressão persistente, caracterizada por episódios recorrentes ou contínuos por anos.

A pesquisa, publicada no Journal of Academy of Nutrition and Dietetics, foi realizada a partir de dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), um levantamento multicêntrico que acompanha a saúde de servidores públicos de Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória desde 2008.

Os participantes foram divididos em grupos com base na porcentagem de calorias diárias provenientes de alimentos ultraprocessados. Um grupo consumia entre 0% e 19%, enquanto o outro variava entre 34% e 72%.

“Aqueles que consumiam mais ultraprocessados no início do estudo apresentaram um risco 30% maior de desenvolver o primeiro episódio de depressão ao longo dos oito anos seguintes à primeira análise”, explica a Dra. Naomi Vidal Ferreira, pós-doutoranda da FMUSP e autora principal da pesquisa.

Causa e efeito

De acordo com o estudo, uma das razões pelas quais esses alimentos impactam tanto a saúde mental é a ausência de nutrientes essenciais. “Se uma pessoa consome mais de 70% de sua energia diária proveniente de produtos ultraprocessados, ela acaba deixando de ingerir alimentos ricos em fibras, antioxidantes e vitaminas, que são fundamentais para o funcionamento do cérebro. Além disso, a presença de aditivos artificiais e gorduras saturadas pode desencadear processos inflamatórios, um fator associado ao desenvolvimento da depressão”, alerta a pesquisadora.

Como reduzir os riscos

A boa notícia é que pequenas mudanças na alimentação podem resultar em um impacto significativo. Uma simulação mostrou que substituir apenas 5% do consumo calórico diário de ultraprocessados por alimentos minimamente processados já pode reduzir o risco de depressão em 6%. E ao diminuir 20% desses produtos, optando por alimentos naturais, é possível reduzir para 22% a probabilidade.

“Os resultados encontrados reforçam a importância de adotar uma alimentação mais equilibrada e rica em nutrientes, não apenas para a saúde física, mas também como forma de prevenir transtornos mentais”, destaca a Dra. Naomi Vidal.

O trabalho foi realizado sob supervisão da Profa. Dra. Claudia Suemoto, docente da disciplina de Geriatria e diretora do Biobanco para Estudos em Envelhecimento da FMUSP.

O estudo completo pode ser acessado AQUI.

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Estudo FMUSP alerta: cerca de um em cada três transtornos psiquiátricos em adolescentes brasileiros pode ter origem na infância

Mais de 80% dos jovens acompanhados vivenciaram ao menos um evento traumático até os 18 anos


São Paulo, 4 de fevereiro de 2025 - m estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com a Universidade de Bath, no Reino Unido, revelou uma forte ligação entre traumas na infância e o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos na adolescência. Publicada na revista The Lancet Global Health, a pesquisa analisou dados de mais de 4 mil jovens brasileiros e identificou que mais de 80% deles vivenciaram ao menos um evento traumático até os 18 anos.

Os resultados indicam que o risco de desenvolver transtornos mentais, como ansiedade, depressão e transtornos de conduta, aumenta conforme a exposição a diferentes tipos de traumas. Estima-se que 30,6% dos diagnósticos aos 18 anos estejam relacionados a experiências traumáticas na infância. Entre os eventos analisados estão acidentes graves, desastres naturais, violência doméstica, abuso físico e sexual, e a perda de um dos pais.

O trabalho foi conduzido pela Profa. Dra. Alicia Matijasevich, da Faculdade de Medicina da USP, e pela Profa. Dra. Sarah Halligan, da Universidade de Bath, com a colaboração da estudante de doutorado Megan Bailey, primeira autora do estudo, e contou ainda com a participação de pesquisadores brasileiros e britânicos.

“Os traumas na infância e adolescência têm um impacto significativo na saúde mental. Nossos achados ressaltam a importância de estratégias de prevenção e intervenção precoce para mitigar os efeitos desses eventos ao longo da vida adulta”, afirmou a Dra. Alicia Matijasevich, professora associada do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP e coautora do artigo.

A pesquisa também destaca que, embora existam estudos sobre o impacto de traumas infantis em países de alta renda, há uma escassez de evidências em países de baixa e média renda, onde a prevalência de adversidades na infância é maior e os serviços de saúde mental são mais limitados.

“A exposição à violência e outros eventos adversos é um fator de risco crucial para o desenvolvimento de transtornos mentais. Isso reforça a urgência de investir em políticas públicas voltadas à prevenção e ao apoio psicológico para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade”, enfatizou Megan Bailey.

A pesquisa analisou a base de dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004, um estudo que acompanha um grande grupo de pessoas e avalia os efeitos dos fatores de risco sobre a saúde. Realizada no município de Pelotas, no Rio Grande do Sul, foi financiada por instituições brasileiras e internacionais, como o CNPq, a FAPESP, a UK Research and Innovation (UKRI) e a Universidade de Bath.

O estudo completo pode ser acessado AQUI

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Estudo da FMUSP revela benefícios dos fitoterápicos para a saúde de pessoas com sobrepeso e obesidade

Participantes apresentaram redução na circunferência abdominal, melhora na composição da microbiota intestinal e na qualidade do sono

São Paulo, 30 de janeiro de 2025 - Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) conduziram um estudo pioneiro que revelou os benefícios de plantas medicinais na melhora da saúde metabólica e na qualidade de vida de pessoas com sobrepeso ou obesidade. Publicado na revista Scientific Reports, o trabalho destaca o potencial dos fitoterápicos na remodelação da microbiota intestinal e na redução de marcadores inflamatórios, fatores críticos para o manejo da obesidade e suas complicações.

A pesquisa investigou os efeitos de duas formulações nutracêuticas, termo utilizado para designar extratos de alimentos altamente nutritivos que atuam de forma biologicamente ativa e auxiliam o corpo em processos metabólicos. As formulações continham prebióticos (frutooligossacarídeos, galactooligossacarídeos, β-glucanas de levedura), minerais (magnésio, selênio e zinco) e silimarina, um metabólito da planta medicinal Silybum marianum L. Gaertn (Asteraceae).

As avaliações realizadas nos participantes, antes e após 180 dias de suplementação, abrangeram a análise da microbiota intestinal, dos níveis de citocinas, dos parâmetros antropométricos, da qualidade de vida, do humor e do sono, além de indicadores metabólicos e hormonais.

“Os resultados indicaram que as formulações promoveram alteração positiva na composição da microbiota intestinal, favorecendo o crescimento de bactérias benéficas, especialmente a versão enriquecida com silimarina”, explicou a Dra. Ana Flávia Marçal Pessoa, pesquisadora da Faculdade responsável pelo Laboratório de Plantas Medicinais, Nanocarreadores e Nutrição (La Pla.n.nta).

DESTAQUES:

  • Redução no Índice de Massa Corporal (IMC) e circunferência abdominal;
  • Melhoria na qualidade de vida, com destaque para padrões de sono mais regulares;
  • Redução significativa na expressão de citocinas inflamatórias, que mostra um efeito anti-inflamatório das suplementações;
  • Redução do marcador AST/ALT, associado à lesão hepática, característica da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), que pode acometer pessoas com sobrepeso e obesidade;
  • Diminuição dos níveis de cortisol sérico, popularmente chamado de “hormônio do estresse”;
  • Modulação de bactérias importantes na manutenção da saúde intestinal, como a Eubacterium biforme e a Alistipes onderdonkii, que podem diminuir a inflamação associada à obesidade.

“É fundamental avaliar a indicação de suplementação de forma individualizada, seja para uma pessoa com diabetes, obesidade, hipotireoidismo, distúrbios do sono ou ansiedade. Embora os resultados sejam promissores, é importante ressaltar que a suplementação deve ser acompanhada por uma mudança no estilo de vida. Quando realizada sem orientação ou de forma inadequada, ela pode prejudicar o organismo, causando até mesmo o desequilíbrio da microbiota”, reforçou a pesquisadora.

O estudo foi realizado em parceria com o Prof. Dr. José Pinhata Otoch, Titular do Departamento de Cirurgia da FMUSP, coordenador da equipe do Laboratório de Produtos e Derivados Naturais.

Para conferir o conteúdo completo, acesse o AQUI

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FMUSP realiza primeiro sequenciamento genético de pessoas com anemia falciforme no Brasil

A doença afeta quase todos os órgãos do corpo e os sintomas podem surgir já no primeiro ano de vida


São Paulo, 22 de janeiro de 2025 - Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), liderados pela Profa. Dra. Ester Sabino, alcançaram um marco científico inédito no país: o sequenciamento genético de três mil pacientes com anemia falciforme. Esse estudo representa um avanço significativo no tratamento da condição, que afeta principalmente a população negra.

A anemia falciforme é uma doença hereditária que deforma os glóbulos vermelhos, comprometendo a circulação sanguínea e provocando dores intensas e complicações graves. Apesar de ser uma das condições genéticas mais comuns no Brasil, é ainda cercada por preconceitos e desinformação. "Os médicos ainda têm pouco conhecimento sobre a doença, que é repleta de estigmas por afetar majoritariamente pessoas negras e pode levar à morte", explica a Profa. Dra. Ester Sabino, que se dedica a essa pesquisa há mais de uma década.

O estudo faz parte do Projeto Dandara, desenvolvido em parceria com o programa de Estudo de Epidemiologia de Doadores de Retrovírus (REDS III, da sigla em inglês, Retrovirus Epidemiology Donor Study) e com a Fundação Pró-Sangue, hemocentro de São Paulo. Outros quatro hemocentros do país também participam da pesquisa sobre o genoma completo: Hemope (PE), Hemominas (MG), Hemorio (RJ) e Hemoam (AM).

A iniciativa busca possibilitar transfusões de sangue mais seguras por meio da genotipagem tanto de pacientes quanto de doadores, reduzindo reações adversas e promovendo maior compatibilidade. Um dos desdobramentos desse esforço é a emissão do Cartão Fenotcard, um documento emitido pela Fundação Pró-Sangue que reúne informações genéticas detalhadas dos pacientes para orientar futuras transfusões.

“O Projeto Dandara estabelece a conexão entre o REDS III e as pessoas com anemia falciforme, que recebem o Cartão Fenotcard. Esse documento contém informações sobre a constituição genética dos pacientes”, detalhou o diretor-presidente da Fundação Pró-Sangue, Prof. Dr. Vanderson Rocha.

Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2014 e 2020, a média anual de novos casos de crianças diagnosticadas com anemia falciforme no teste do pezinho foi de 1.087, o que representa uma incidência de 3,75 casos a cada 10 mil nascidos vivos. Estima-se que existam entre 60 mil e 100 mil pessoas com doença falciforme no Brasil.

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Faculdade de Medicina da USP celebra a formatura da primeira turma beneficiada pelas políticas afirmativas

Atualmente, 50% das vagas da instituição são destinadas às cotas

São Paulo, 11 de dezembro de 2024 - Em uma comemoração histórica, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) realizou a colação de grau da turma 107, a primeira a contar com vagas reservadas para pretos, pardos e indígenas. Os estudantes, que ingressaram na FMUSP em 2019, representam um marco significativo na evolução das políticas afirmativas da instituição.

Em 2019, dos 175 ingressantes, 40% foram admitidos por meio de políticas afirmativas nos processos seletivos da Fuvest e do Enem. Atualmente, 50% das vagas da FMUSP são destinadas a cotas, sendo que 36% desse total são reservadas para candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas.

Larissa Alexandre é uma das novas médicas formadas pela Faculdade. Natural do Itaim Paulista, na periferia da Zona Leste de São Paulo, ela estudou a vida inteira em escolas estaduais da região e ingressou na faculdade após cinco anos de cursinho. “A transformação visual que a política afirmativa trouxe à Faculdade foi notória. Antes, no máximo, se formavam cinco alunos pretos ou pardos, mas este ano o número foi muito mais expressivo. É um processo que eu vi evoluir não só na Faculdade de Medicina, mas também em todo o complexo HCFMUSP”, destacou Larissa.

Uma das escolas médicas mais tradicionais do Brasil, a FMUSP também se dedica a abordar as questões enfrentadas pela população negra, tanto na graduação quanto na residência. A instituição oferece disciplinas que analisam casos em que o racismo impactou o acesso ao tratamento médico, promove rodas de conversa sobre letramento racial e disponibiliza a disciplina optativa "Formação do Profissional de Saúde no Combate ao Racismo", aberta à comunidade USP da área da saúde.

"Promover a diversidade na Faculdade é um aprendizado contínuo e uma oportunidade única de transformar o futuro da medicina no Brasil. Estamos formando médicos com uma visão mais sensível às necessidades da sociedade e comprometidos em oferecer um atendimento cada vez mais humanizado e equitativo", destaca a Profa. Dra. Eloisa Bonfá, diretora da Faculdade.

No âmbito discente, foi criado em 2018 o Núcleo Ayé, um coletivo de alunos negros com o objetivo de recepcionar e apoiar novos alunos cotistas. O coletivo tem desempenhado um papel fundamental na integração e no suporte dos estudantes que ingressaram na FMUSP a partir de 2019.

“Ver os cotistas negros da Faculdade de Medicina da USP se formando é uma imensa alegria. Além de realizarem o sonho de se tornarem médicos, eles ocupam a linha de frente na luta por justiça social e reparação histórica em um país que ainda perpetua o racismo de forma sistêmica. Estar na academia vai além de obter um diploma profissional; é reivindicar um direito civil e dar continuidade a um legado de emancipação. Como coletivo, o Núcleo Ayé estará sempre ao lado, celebrando as conquistas e assegurando que os direitos conquistados não retrocedam”, afirma Glaucia Verena, fundadora do Núcleo Ayé Coletivo Negro e doutoranda da FMUSP. 

Dra. Larissa AlexandreFormanda da Turma 107 da Medicina da USP. 

Turma 107Em 2019, 40% dos ingressantes foram admitidos por meio de políticas afirmativas.

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Bandeira Científica da Faculdade de Medicina da USP leva atendimento de saúde ao Vale do Ribeira

A ação voluntária é realizada em parceria com as prefeituras de Iguape e Ilha Comprida e a farmacêutica Sanofi.

 São Paulo, 10 de dezembro de 2024: Estudantes, profissionais de saúde e professores universitários se unirão em uma grande ação voluntária em benefício das famílias do Vale do Ribeira. A Bandeira Científica, tradicional projeto da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), realizará sua expedição anual entre os dias 9 e 22 de dezembro. Durante esse período, serão oferecidos gratuitamente atendimentos médicos e odontológicos, ações de prevenção em saúde e atividades de pesquisa em comunidades vulneráveis dos municípios do litoral sul do estado.

Com mais de 170 integrantes, o grupo transformará escolas de Iguape e Ilha Comprida em postos de saúde adaptados e atuará em áreas remotas, rurais e indígenas, por meio de postos móveis. Durante os 15 dias de atividades, a expectativa é realizar mais de 4 mil atendimentos médicos em 15 especialidades, como pediatria, ginecologia, infectologia e dermatologia, entre outras. Além disso, mais de duas mil crianças da rede pública de ensino receberão cuidados odontológicos.  Serão oferecidos também exames como ultrassonografias, eletrocardiogramas e endoscopias. A programação inclui ainda ações de imunização, atividades de educação para saúde e distribuição de medicamentos essenciais.

“O Vale do Ribeira, embora esteja próximo da capital, é a região mais vulnerável do estado, o que resulta em dificuldades no acesso da população aos serviços de saúde. Nosso objetivo é garantir que essas comunidades recebam atendimento médico e odontológico de qualidade, além de promover a conscientização sobre a importância dos cuidados preventivos”, explica Pedro Docema, presidente executivo da Bandeira Científica em 2024 e graduando da FMUSP.

Ao final, os resultados do trabalho serão documentados em relatórios científicos, que servirão como base para a promoção de políticas públicas de saúde direcionadas à população do Vale do Ribeira. “Nosso objetivo não é realizar uma visita pontual ou uma ação isolada, mas sim desenvolver um projeto estruturante, que nos permita compreender as fortalezas e os desafios dos municípios envolvidos. Com isso, poderemos avaliar os dados e propor soluções às autoridades locais para melhorar o sistema de saúde”, afirma o Prof. Dr. Luiz Ferraz, professor de patologia na FMUSP e coordenador da Bandeira Científica.

Além do apoio das prefeituras de Iguape e Ilha Comprida, de doadores, patrocinadores e ONGs, a expedição será realizada em parceria com a farmacêutica Sanofi, que conduzirá uma sessão de letramento em Diversidade, Equidade & Inclusão no atendimento à saúde com todos os estudantes, professores e profissionais voluntários da Bandeira e das equipes locais. Essa ação faz parte da iniciativa global Um Milhão de Diálogos, que visa fortalecer a confiança entre grupos minorizados na área da saúde até 2030. A Sanofi descobriu, por meio de uma pesquisa global, que muitas pessoas de grupos minorizados têm menor confiança no sistema de saúde devido a experiências negativas em seus atendimentos. A sensibilização dos profissionais da saúde em DE&I é um dos pilares importantes no avanço dessa realidade. 

Sobre a Bandeira Científica da FMUSP

Fundada em 1957 como um projeto de extensão da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Bandeira Científica tem como missão levar cuidados de saúde a regiões remotas e comunidades vulneráveis do Brasil. Ao longo de suas 37 expedições, o projeto realizou mais de 83 mil atendimentos e contou com a participação de mais de 3.500 pessoas, entre alunos, professores e voluntários. A iniciativa oferece serviços médicos, odontológicos e de prevenção, além de promover a educação em saúde nas áreas atendidas. Mais informações sobre a Bandeira Científica estão disponíveis no site www.bandeiracientifica.com.br e no perfil do Instagram @bandeiracientifica.

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Diretora da Faculdade de Medicina da USP recebe o título de Master of Rheumatology do American College of Rheumatology

A Profa. Dra. Eloísa Bonfá foi homenageada por suas contribuições para o avanço da reumatologia

São Paulo, 19 de novembro de 2024 - A Profa. Dra. Eloísa Bonfá, diretora da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), foi agraciada com o título de Master of Rheumatology, a mais alta honraria concedida pelo American College of Rheumatology (ACR). O reconhecimento celebra sua contribuição inestimável para o avanço da reumatologia por meio de pesquisa, prática clínica, educação e defesa da causa.

A cerimônia ocorreu em 19 de novembro, em Washington (DC), durante evento promovido pela Associação de Profissionais de Reumatologia (ARP, da sigla em inglês), uma divisão ACR.

“É uma honra receber este prêmio. Ser reconhecida pelo ACR é um grande incentivo para seguir comprometida com o meu trabalho como médica, pesquisadora e orientadora, com foco na busca de soluções que tragam qualidade de vida aos pacientes com doenças reumáticas”, afirmou a Profa. Eloísa Bonfá.

Pioneirismo

A Profa. Dra. Eloísa Silva Dutra de Oliveira Bonfá é médica reumatologista e a primeira mulher a dirigir a FMUSP. Iniciou sua carreira em pesquisa no Hospital for Special Surgery, afiliado à Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Ao retornar ao Brasil, desempenhou diversos cargos na gestão acadêmica da Faculdade e no Hospital das Clínicas, incluindo dois mandatos como diretora clínica.

Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP e com doutorado pela FMUSP, a Dra. Eloísa Bonfá conta com mais de 400 publicações científicas registradas. Ela ocupa a posição de presidente do Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas e do Conselho Curador da Fundação Faculdade de Medicina e, recentemente, foi eleita membro titular da Academia Nacional de Medicina (ANM).

Para mais informações sobre a premiação, acesse www.rheumatology.org/Get-Involved/Awards



Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Estudo da Faculdade de Medicina da USP revela agravamento na falta de vagas para Residência Médica no Brasil

O país conta com mais de 210 mil médicos generalistas que não concluíram a residência nem obtiveram título de especialista por uma sociedade filiada à AMB

São Paulo, 4 de novembro de 2024 – Nos últimos anos, o Brasil registrou um aumento significativo na oferta de novos cursos de medicina, que resultou no crescimento do número de profissionais formados que ingressam no mercado. No entanto, as vagas para Residência Médica (RM) não acompanham o mesmo ritmo, contrariando a Lei Mais Médicos, que determina a oferta de vagas de RM equivalente ao número de egressos dos cursos de graduação do ano anterior. O Panorama da Residência Médica: Oferta, Evolução e Distribuição de Vagas (2018-2024), realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), destaca os riscos associados a essa defasagem.

No período analisado, o número de estudantes de medicina no Brasil aumentou 71%, enquanto o de médicos residentes cresceu apenas 26%. Como consequência, o país tem atualmente mais de 210 mil médicos generalistas que não concluíram residência nem obtiveram título de especialista por meio de uma sociedade de especialidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB) — as duas únicas modalidades de titulação reconhecidas pela legislação.

REDUÇÃO DE VAGAS EM ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS

De 2018 a 2024, observou-se um aumento nas vagas de primeiro ano (R1) na maioria das 55 especialidades médicas reconhecidas no país, com destaque para Medicina de Família e Comunidade, Clínica Médica, Medicina Intensiva e Ginecologia e Obstetrícia. No entanto, o Prof. Dr. Mário Scheffer, coordenador do estudo, alerta para a redução de vagas em 14 especialidades, incluindo várias cirúrgicas, como Cirurgia Oncológica e Radioterapia, que são importantes para o tratamento do câncer.

SUDESTE CONCENTRA 50% DAS VAGAS

Apesar da concentração geográfica desigual de vagas, com mais da metade dos residentes localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a pesquisa destaca como um “achado positivo” a expansão da oferta nas demais regiões do país, ainda que em ritmo insuficiente. “Ainda serão necessárias novas iniciativas e políticas para que essa distribuição mais equitativa de residentes resulte, no futuro, em uma melhor distribuição de médicos especialistas nos serviços ambulatoriais e hospitais do SUS, especialmente nas áreas distantes dos grandes centros,” destacou o Prof. Mário Scheffer.

20% DE VAGAS DE RM ESTÃO OCIOSAS

Se, por um lado, faltam oportunidades de formação, por outro, a pesquisa revela que, em 2024, cerca de 20% das vagas de residência médica credenciadas pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC) ficaram desocupadas. Para o Prof. Mário Scheffer, solucionar essa desocupação exige maior financiamento, formação de preceptores e uma compreensão mais aprofundada dos motivos que levam à baixa procura ou desistências em determinados programas.

OLHAR PARA O FUTURO

O coordenador da pesquisa destaca a urgência de estabelecer a real capacidade e as condições necessárias para a expansão da Residência Médica no país. “Esperamos que nossa pesquisa possa contribuir para a gestão, o planejamento e a tomada de decisões,” conclui.

Cerca de 40 mil médicos se formam anualmente e estima-se que, com a abertura de novas escolas médicas, o Brasil terá mais de 1 milhão de médicos até 2030. “Nossa principal preocupação é a capacitação dos jovens que se graduam em medicina e que iniciam suas atividades profissionais sem passar por uma avaliação imparcial e independente, que comprova as competências necessárias para o exercício da profissão”, ponderou o Dr. César Eduardo Fernandes, presidente da Associação Médica Brasileira.

PANORAMA DA RESIDÊNCIA MÉDICA

Os resultados do estudo "Panorama da Residência Médica: Oferta, Evolução e Distribuição de Vagas (2018-2024)" fazem parte da pesquisa Demografia Médica no Brasil, coordenada desde 2010 pelo Prof. Dr. Mário Scheffer, da FMUSP, e apoiada atualmente pela Associação Médica Brasileira (AMB), pelo Ministério da Saúde, pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os dados sobre Residência Médica utilizados no estudo foram fornecidos pela Secretaria de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação (MEC), por meio do Serviço de Acesso a Dados Protegidos (Sedap) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Para acessar o conteúdo completo do estudo, clique aqui.



Sobre a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Estudo da FMUSP e AMB aponta que 40% dos cursos médicos de especialização do país são EAD

Dados analisados pelas duas instituições alertam para as consequências perigosas do formato remoto na área da saúde

São Paulo, 16 de setembro de 2024 – Um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), mostra que cerca de 40% dos cursos médicos de especialização no Brasil funcionam na modalidade de ensino a distância (EAD). Os dados fazem parte dos resultados preliminares do projeto "Demografia Médica no Brasil 2025", que analisa a oferta e as caraterísticas dos cursos de Pós-Graduação Lato Sensu (PGLS) em especialidades médicas no país.

A pesquisa analisou 2.148 cursos de PGLS em medicina ofertados por 373 instituições. Quando analisada a duração por modalidade, os cursos EAD são mais curtos (9,7 meses) em comparação com a média dos cursos presenciais (15,4 meses) e semipresenciais (13,9 meses).

Entre os cursos EAD, mais de 90% são oferecidos por instituições privadas. A maioria (60%) está concentrada em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Já as instituições públicas, são responsáveis por 17,5% do total e, nelas, a duração média da formação é de 13 meses.

Segundo o Dr. Mário Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina USP e coordenador da pesquisa, o estudo revelou um universo heterogêneo, com oferta em diferentes áreas médicas e grande variação quanto à localização, modalidade de ensino, carga horária, número de vagas, tempo de duração e preço. “Embora sejam obrigatórios o credenciamento da instituição de ensino e o registro de informações gerais junto ao MEC, a oferta desses cursos independe de autorização ou reconhecimento de órgãos do governo”, explica o pesquisador.

Residência médica x PGLS

A residência médica varia de dois a cinco anos, de acordo com a especialidade. Ao fim dessa etapa, o médico pode prestar o exame para obter o título de especialista.  Já os cursos de PGLS, que têm carga horária mínima de 360 horas, independem de autorização ou reconhecimento de órgãos do governo. No entanto, o médico que possui apenas o certificado de PGLS não pode se apresentar como especialista, e esse fato tem levado, inclusive, a disputas judiciais. 

Visão da AMB

Para o presidente da AMB, Dr. Cesar Eduardo Fernandes, a má-formação de médicos vem afetando diretamente a vida dos pacientes, resultando em atendimento de baixa qualidade. "Não se faz especialista em curso de final de semana, muito menos em ensino a distância. Você precisa ter um aprendizado prático sólido, em que se adquira as competências, as habilidades e as atitudes permitidas para que, enfim, possa ser registrado como um especialista", afirma. Por isso, ele defende a criação de um exame de proficiência, que dê segurança à população. 

“É preciso rever a regulamentação dos cursos médicos de PGLS, para garantir que considerem padrões mínimos de qualidade, corpo docente, infraestrutura, projeto pedagógico, matriz curricular, função social e resultados acadêmicos”, reforça o Prof. Dr. Mário Scheffer.

O diretor científico da AMB, Dr. José Eduardo Dolci, explica que a legislação atual determina que o título de médico especialista só pode ser obtido após conclusão de programas de residência médica, credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica ou por meio das sociedades de especialidades médicas filiadas à AMB.  “A residência médica brasileira tem exigências baseadas em fundamentos muito bem consolidados da pedagogia médica internacional. Atualmente, apenas um terço dos candidatos consegue obter o título de especialista”.

Dr. Dolci ressalta, ainda, que a AMB vem sugerindo medidas importantes para manter o padrão de qualidade na formação de especialistas.  “Precisamos de uma forte fiscalização sobre as ‘pseudo’ residências, que se intitulam ‘cursos de especialização’ sem ter credenciamento das sociedades especialistas. Também precisamos ampliar a discussão da recertificação periódica do título de especialista a cada cinco anos, fazer um levantamento minucioso de todos os centros formadores e padronizar as avaliações das residências credenciadas pelas sociedades de especialidades médicas”, reforça o diretor.

Projeto Demografia Médica no Brasil 2025

O projeto “Demografia Médica no Brasil 2025” é conduzido a partir da Carta Acordo entre FMUSP, Fundação Faculdade de Medicina (FFM), Ministério da Saúde (MS), Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). O estudo também conta com o Acordo de Cooperação Técnica entre FMUSP e AMB. O recorte parcial com as informações sobre os cursos de Pós-Graduação Lato Sensu (PGLS) pode ser acessado neste link: clique aqui.

Sobre a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br

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FMUSP, Hospital das Clínicas e Grupo Fleury firmam acordo de cooperação científica

Iniciativa consiste no oferecimento de bolsas de pós-graduação para a promoção de inovação e desenvolvimento de talentos

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Hospital das Clínicas da FMUSP (HCFMUSP) e o Grupo Fleury assinaram uma parceria inédita com o objetivo de fomentar pesquisa, inovação e desenvolvimento de talentos na área da saúde. O acordo de cooperação científica oferecerá bolsas a alunos de pós-graduação, proporcionando acesso a laboratórios de ponta e oportunidades de pesquisa dentro das unidades do Fleury.

O foco inicial do projeto será na área de cardiologia, especialmente no setor de ecocardiografia. Com duração de cinco anos, o programa visa incentivar o desenvolvimento de pesquisas avançadas, capacitação em tecnologias de última geração e expansão de possibilidades de tratamento e diagnóstico.

Os alunos selecionados serão contemplados com bolsas, pagas pelo Grupo Fleury, para integrar as equipes do HC, da FMUSP e do Fleury, com uma dedicação semanal de 20 horas. “Essa parceria representa um marco no intercâmbio entre academia e setor privado, que potencializará a formação e a capacitação dos futuros líderes da medicina”, afirma o Prof. Dr. Paulo Pêgo, vice-diretor da FMUSP.

A iniciativa visa valorizar residentes e profissionais, com a abertura de portas para estágios e a realização de projetos que unam excelência acadêmica e inovação tecnológica. Os resultados das pesquisas serão compartilhados por meio de publicações científicas e da participação dos bolsistas em bancas de defesa de doutorado.

“Nossa história de 98 anos é marcada pela pesquisa e produção de conhecimento científico em cooperação com as instituições acadêmicas, estimulando o desenvolvimento de profissionais médicos de referência em suas especialidades. Nesse contexto, essa parceria é uma iniciativa com inestimável contribuição para os avanços da medicina no nosso País”, avalia Jeane Tsutsui, presidente do Grupo Fleury.

A expectativa é que a parceria também resulte, no futuro, no desenvolvimento de cursos de extensão e educação continuada, ministrados por ambas as equipes.

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Estudo da FMUSP revela função inédita do espermatozoide

Especialista alerta para potenciais impactos da infecção por COVID-19 na reprodução assistida 

São Paulo, 04 de setembro de 2024 – Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), publicado recentemente na renomada revista Andrology, encontrou pela primeira vez em mamíferos uma função não-reprodutiva dos espermatozoides. As descobertas indicam que os gametas masculinos infectados pelo vírus SARS-CoV-2 podem apresentar resposta imunológica semelhante ao mecanismo de defesa celular observado em células do sistema imunológico, como neutrófilos e macrófagos, em resposta a infecções.

Foram estudadas amostras de sêmen de 13 pacientes infectados que desenvolveram COVID-19 nas formas leve, moderada e grave, atendidos no Hospital das Clínicas (HCFMUSP), com idade entre 21 e 50 anos, em um período de até 90 dias após a alta e 110 dias após o diagnóstico. Ao todo, foi identificada a presença viral dentro do gameta masculino de 11 pacientes (84%).

Mecanismo de defesa

Além de identificar o vírus, o estudo observou que os espermatozoides apresentaram uma resposta semelhante à NETosis, um importante mecanismo de defesa celular dos neutrófilos que envolve a liberação de armadilhas extracelulares (ETs - do inglês extracellular traps) com efeitos antimicrobianos que causam a morte celular do agente agressor. Este mecanismo foi descrito em diferentes tipos celulares, como neutrófilos, macrófagos, eosinófilos, basófilos, mastócitos, monócitos e células dendríticas, mas nunca antes descrito em uma célula do sistema reprodutivo. É como se estas células fossem capazes de lançar   “teias” de material celular que envolvem e aprisionam o agente agressor, neutralizando-o e impedindo seu poder destrutivo, que neste estudo, é o vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19.

Essas armadilhas, no caso dos espermatozoides, foram nomeadas de SETs-L (do inglês Spermatozoa Extracellular Traps-Like) neste estudo e descritas como filamentos de DNA descondensado associados a partículas virais. A formação dessas armadilhas extracelulares de DNA pelos espermatozoides é uma resposta biológica a infecções, que visa à captura e neutralização de patógenos.

De acordo com o coordenador do estudo e da Unidade de Toxicologia Reprodutiva do Departamento de Patologia da FMUSP, Prof. Dr. Jorge Hallak, os achados são significativos porque sugerem que, mesmo em homens que se recuperaram da COVID-19 e cujos testes de PCR no sêmen foram negativos, os espermatozoides podem abrigar o vírus por um período prolongado, até mesmo acima dos 110 dias identificados neste estudo.

Impactos na reprodução assistida

“Isso levanta questões sobre as implicações para a concepção natural e, principalmente, para Técnicas de Reprodução Assistida (ART), em que um único espermatozoide é injetado por uma microagulha diretamente dentro do óvulo da parceira e é escolhido de forma aleatória por um embriologista, de forma que, tecnicamente, fica impossível saber se aquele determinado espermatozoide contém, ou não, as centenas de vírus dentro dele, que só podem ser vistos por microscopia eletrônica de transmissâo, com aumento ao redor de 7,500 vezes. Ou seja, o olho humano não tem a resolução necessária para poder escolher qual espermatozoide injetar no óvulo”, explica o médico.

Na concepção natural, os espermatozoides com função defeituosa não teriam a capacidade natural de chegar até as trompas de Falópio e fertilizar o óvulo. A razão principal para isso foi identificação de grande quantidade de vírus na cauda dos gametas masculinos, que é responsavel pela motilidade dos mesmos. Portanto, tecnicamente, eles não teriam a capacidade de se locomover até o encontro do gameta feminino, o que não acontece quando um espermatozoide é artificialmente injetado dentro do gameta feminino, por meio da ART. 

O estudo destaca também a necessidade de precauções adicionais no manejo de pacientes masculinos infectados com SARS-CoV-2 que desejam conceber. “Isso porque foram encontradas diversas alterações funcionais nos espermatozoides e elevada taxa de dano ao DNA, que afetam a qualidade e a função dos espermatozoides, o que pode influenciar negativamente as taxas de fertilização, a qualidade embrionária e elevar a uma taxa de abortos e de gravidez a termo”, completa o especialista.

Uso responsável das ART

O Prof. Dr. Jorge Hallak, que também é chefe do setor de Medicina Sexual & Andrologia do Departamento de Cirurgia do HCFMUSP e coordenador do Grupo de Estudos em Saúde Masculina do IEA-USP, reforça a importância de um uso mais responsável das Técnicas de Reprodução Assistida em casos de infertilidade masculina, responsável direta ou indiretamente, por até 52% dos casos de infertilidade conjugal na América Latina.  

Segundo o especialista, embora represente um avanço marcante no manejo do homem infértil, uma nova preocupação surge na prática tradicional da medicina: a saúde e o bem-estar não apenas do ser humano sujeito a tratamentos de fertilização, mas das gerações futuras.

Apesar do sucesso dessas tecnologias, o seu uso permanece invasivo e deve ser empregado com cuidado, devendo ser aplicada como a última opção terapêutica e não considerada como a única e primeira solução para quase todas as causas de infertilidade, devido às consequências ainda ocultas, que serão visíveis somente nas próximas gerações.

“Embora as ART, especialmente a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), representem avanços significativos para homens inférteis e que permitem a paternidade genética, é importante atentar para o impacto na saúde do homem, da parceira e da prole a longo prazo, bem como para questões éticas”, finaliza o pesquisador.

Para o médico, é fundamental buscar um diagnóstico correto e o tratamento adequado da infertilidade masculina antes de optar por técnicas invasivas, para minimizar riscos para futuras gerações e evitar o uso desnecessário de tecnologias caras e complexas.

Descobertas inéditas

Neste estudo foram encontradas duas descobertas cientificas inéditas muito relevantes. A primeira, diz respeito ao entendimento do virus SARS-CoV-2 e de sua capacidade de habitar o ambiente intracelular de uma célula responsável pela reprodução, as consequências na diminuição da capacidade reprodutiva do homem e a potencial implicação da presença do vírus em processos de reprodução natural e, particualrmente, na assistida.

O segundo achado expressivo foi a descrição da capacidade de uma célula do sistema reprodutivo fazer parte do sistema inato de defesa, ao lançar uma rede/teia que causa o suicídio celular para vencer uma infecção grave. Este mecanismo nunca havia sido descrito antes em mamíferos.

O estudo completo pode ser acessado AQUI.

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Estudo da FMUSP revela que adesão à Dieta da Saúde Planetária pode desacelerar o declínio cognitivo

Artigo publicado na revista científica Nature Aging aponta uma associação entre a adesão e a renda dos participantes 

São Paulo, 28 de junho de 2024 – Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) descobriram evidências de que a adesão à Dieta da Saúde Planetária (PHD, na sigla em inglês), proposta pela Comissão EAT-Lancet, pode retardar consideravelmente o declínio cognitivo, especialmente em indivíduos de maior renda. Os resultados, publicados na revista Nature Aging, destacam os benefícios potenciais de hábitos alimentares que priorizam a sustentabilidade ambiental e a saúde humana

O estudo “Adesão à dieta de saúde planetária e declínio cognitivo: descobertas do estudo ELSA”, coordenado pela Profa. Dr. Claudia Kimie Suemoto, envolveu 11.737 participantes, ao longo de oito anos. A idade média dos participantes no início foi de 51 anos, com um número maior de mulheres (53,9%), pessoas brancas (52,8%) e com nível universitário ou maior (56%). 

Os resultados revelaram uma associação significativa entre maior adesão à dieta e um declínio mais lento na memória, sendo que a renda se mostrou um fator modulador importante. Os participantes de alta renda apresentaram um declínio mais lento na memória e na cognição global em comparação com participantes de baixa renda.

Com base na alimentação relatada pelos participantes, o consumo de vegetais de folhas verdes escuras, aves e menor consumo de óleo pode ser associado a um declínio mais lento da cognição global. De modo geral, os indivíduos de alta renda apresentaram maior adesão aos componentes da dieta como nozes, carne vermelha, aves, vegetais, tubérculos e açúcar. Já os parcipantes de baixa renda preferiram feijões, peixe, frutas, laticínios, óleos e gordura animal.

A não observação de uma associação significativa entre adesão à dieta e declínio cognitivo em participantes de baixa renda sugere possíveis desafios socioeconômicos no acesso e manutenção dos padrões alimentares da PHD. “Os resultados do nosso estudo destacam que a promoção de padrões alimentares saudáveis deve considerar as barreiras de renda, assim como as diferenças nos hábitos alimentares, para alcançar uma maior adesão”, explica a pesquisadora.

O artigo completo pode ser acessado AQUI

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FMUSP e Weill Cornell Medicine-Qatar realizam o 1º Congresso Internacional de Inovação e Pesquisa em Educação na Saúde

Mais de 20 palestrantes internacionais e 70 nacionais compõem a programação do evento que acontece de 8 a 10 de junho, em São Paulo

São Paulo, 20 de maio de 2024 - Em um contexto global de constante transformação digital, os métodos de ensino também precisam ser aprimorados. Para endereçar essa necessidade latente, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), por meio do Centro de Desenvolvimento de Educação Médica (CEDEM), realizará, em parceria com a Weill Cornell Medicine-Qatar, o 1º Congresso Internacional de Inovação e Pesquisa em Educação na Saúde (CIIPES), de 8 a 10 de junho, em São Paulo.

O evento está dividido em três grandes eixos temáticos: Medicina de Precisão, Educação e Responsabilidade Social. No primeiro eixo, será explorada a integração da tecnologia no cuidado à saúde e o cuidado de precisão. O segundo abordará a formação de profissionais por meio dos recursos tecnológicos disponíveis e o terceiro eixo, os processos de cuidado e educação relacionados à responsabilidade social da instituição de ensino.

Mais de 20 palestrantes internacionais estarão no evento, entre eles: Curtis Cole, da Weill Cornell Medicine-Qatar; Patricia O'Sullivan, da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia; Heeyoung Han, da Southern Illinois University School of Medicine; Mandeep Mehra, da Harvard Medical School; Harm Peter, presidente da Association of Medical Scholls in Europe; e Ricardo León Bórquez, presidente da World Federation for Medical Education. Além disso, 70 profissionais nacionais, incluindo professores da FMUSP, compõem a programação.

“O CIIPES reforça o compromisso da FMUSP de estar sempre à frente no que diz respeito à inovação e qualidade do ensino. Ao reunir especialistas globais e pioneiros em educação na saúde, não apenas compartilhamos conhecimentos de ponta, mas também consolidamos a nossa posição como um centro de referência internacional na formação de profissionais da área", reforça a Profa. Dra. Eloisa Bonfá, diretora da FMUSP.

Alunos, ex-alunos e professores da Faculdade têm desconto de 50% nas inscrições até o dia 28 de maio, com o cupom CEDEM50.

  • Serviço:
  • Datas: de 8 a 10 de junho de 2024
  • Local: Centro de Convenções Rebouças - Av. Rebouças, 600 - Pinheiros, São Paulo – SP
  • Inscrições: clique aqui

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Sequelas pulmonares pós-Covid-19 podem progredir dois anos após a alta hospitalar, aponta estudo da FMUSP

Artigo publicado na renomada revista The Lancet Regional Health Americas aborda os impactos da doença na fase crônica

São Paulo, 25 de abril de 2024 – A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da emergência sanitária da Covid-19, mas muitos pacientes ainda convivem com as consequências pulmonares da doença. É o que aponta o artigo "Sequelas respiratórias pós-COVID-19 dois anos após hospitalização: um estudo ambidirecional", publicado na renomada revista científica The Lancet Regional Health Americas.

O conteúdo é baseado na pesquisa coordenada pelo Prof. Dr. Carlos Carvalho, titular da disciplina de pneumologia da FMUSP. O estudo, inédito na América do Sul, acompanha pacientes de Covid grave que foram internados no HCFMUSP no período da pandemia, com o objetivo de entender os impactos da doença em longo prazo.

Os resultados revelaram que, mesmo após dois anos, mais de 90% dos participantes apresentava alguma alteração respiratória, muitas delas graves, como sinais de inflamações pulmonares e possíveis progressões para fibrose. Apenas uma pequena porcentagem (2%), teve melhora em comparação com a avaliação de 6 a 12 meses, e uma parte significativa (25%) dos pacientes com lesões semelhantes a fibrose, experimentou piora nas anormalidades pulmonares.

O levantamento também apontou que o tempo de internação, a ventilação mecânica invasiva e a idade do paciente influenciam o desenvolvimento de lesões pulmonares semelhantes à fibrose em pacientes pós-Covid-19.      

Prof. Carvalho destaca a relevância do estudo para a comunidade científica. “A área do pós-Covid é uma incógnita e ainda estamos aprendendo sobre a fase crônica. Este é o trabalho mais robusto sobre o assunto e os resultados vão contribuir para a construção da literatura sobre a doença”, enfatiza.

Para o professor, entender as consequências da doença ao longo do tempo é fundamental para prever os possíveis impactos para a saúde pública nos próximos anos.

O artigo completo pode ser acessado AQUI.

Sobre a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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