Notícias

Durante duas semanas, "Olhos nos Olhos" e "Corpos das Penhas" provocaram impacto e estimularam o diálogo sobre o tema na instituição

No Mês das Mulheres, a Faculdade de Medicina da USP fortaleceu o debate sobre violência de gênero com duas instalações no hall do Prédio Principal. A primeira, "Olhos nos Olhos", inaugurada em 10 de março, representou a visão de mundo de quem sofreu essa experiência. Na última semana, a mostra "Corpos das Penhas" chamou a atenção do público para histórias reais de vítimas de feminicídio na capital paulista.

“Nosso objetivo foi gerar incômodo, reflexões e o diálogo difícil, porém necessário sobre a agressão sofrida por mulheres dentro de suas relações de afeto”, afirmou a Profa. Dra. Ana Germani, representante do Departamento de Medicina Preventiva na Comissão de Inclusão e Pertencimento, durante a cerimônia de abertura da segunda mostra. A docente é a supervisora do projeto desenvolvido pelas alunas Luana Monteiro, Luanna Xavier e Maria Eduarda Cornachini.

Na cerimônia, a diretora da FMUSP, Profa. Dra. Eloísa Bonfá, ressaltou que o atendimento às vítimas não acontece apenas na delegacia, mas também nos consultórios. "Como profissionais de saúde, temos um papel essencial na identificação da violência, no acolhimento às pacientes e na promoção de uma sociedade mais justa e segura”, reconheceu.

A psicóloga Carolina Messias, organizadora das instalações e integrante do Centro de Defesa e de Convivência da Mulher (CDCM) – Mulheres Vivas, fez um forte convite aos homens, profissionais e alunos da área da saúde para reconhecerem a opressão de gênero como algo estrutural. “Seria fácil encontrar, por aqui, relatos de mulheres que já sofreram algum tipo de violência. Mas e quando perguntamos aos homens quem já foi um agressor? Quem já presenciou uma agressão e se omitiu? O silêncio predomina. Por isso, convido vocês a deixarem a posição de observadores. A situação não irá melhorar sem o apoio de vocês”, afirmou Carolina.

Também participaram do evento a Profa. Dra. Ivete Boulos, coordenadora do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual (NAVIS) do Hospital das Clínicas e responsável pela articulação com o CDCM, e o Prof. Dr. José Ricardo Ayres, presidente da Comissão de Inclusão e Pertencimento da FMUSP.

A iniciativa foi viabilizada por meio do edital Democracia e Direitos Humanos, da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) da USP, em parceria com o CDCM. Depois das exibições na Faculdade e no Instituto Central do HCFMUSP, numa próxima, etapa, chamada de “Caminho das Penhas”, as exposições serão divididas em três locais de atendimento ao público feminino em Paraisópolis, onde outros estudantes, da Bateria da Faculdade, participarão de ações de conscientização durante a última semana de março.

Assessoria de Comunicação e Imprensa

Site: fm.usp.br | E-mail: imprensa@fm.usp.br